Carta do RS pelas LIBERDADES LAICAS

O Brasil e o Estado do RS precisam respeitar as Constituições Estadual e Federal, fazendo valer o que está escrito nelas, e que foi amplamente discutido e aprovado. Separar o Estado da Religião, o público do privado, o legal do ilegal, é dever constitucional de cada gestor e ente público, independentemente da religião, filosofia ou cor partidária que este gestor segue na sua vida individual.
Se é verdade que a religião, em especial as religiões majoritárias no Brasil, têm um papel importante na cultura nacional, na arte e, inclusive, no direito (veja-se o direito canônico), também é verdade que os valores sociais evoluem de acordo com o crescimento da nação e que os valores religiosos devem orientar aqueles, e apenas aqueles, que escolhem, livremente e deforma autônoma, submeter-se a esses valores e princípios.
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domingo, 10 de março de 2013

Como mulheres católicas, no Dia Internacional da Mulher, exigimos que todos os nossos direitos sejam reconhecidos na Igreja - Editorial

 

EDITORIAL 8 de março 2013

Elfriede Harth, autora do texto que constitui nosso editorial para o Dia Internacional da Mulher, formada em Ciência Política,  foi uma das fundadoras de Women"s Ordination Worldwide, é ex-portavoz do Movimento Internacional Somos Igreja e ex-presidenta do Sinodo Europeu de Mulheres. Integra atualmente Católicas pelo Direito de Decidir da Espanha.

Como mulheres católicas, no Dia Internacional da Mulher, exigimos em nossa Igreja acesso igual para todas e todos a todos os sacramentos! Exigimos que o sexo e a sexualidade deixem de ser o fundamento institucional na Igreja católica romana!

No momento histórico em que se reúne no Vaticano o colégio cardinalício para eleger um novo pontífice, nos perguntamos: Até quando o papado, quer dizer o ministério supremo da Igreja Católica, continuará baseando-se no sexo e na sexualidade? Há séculos que para poder ser nomeado pontífice dessa instituição arcaica é condição sine qua non pertencer ao clube mais exclusivo do planeta: o colégio cardinalício. Este clube constitui-se de 120 a 150 membros, dos quais somente aqueles que têm menos de 80 anos podem participar no conclave. E para poder tornar-se cardeal ou príncipe da Igreja se requer, por puro costume – pois o direito canônico não prescreve isso – ter órgãos sexuais masculinos, com a condição de renunciar a utilizá-los, solenemente e para toda a vida.
Certamente esta condição, ainda que fundamental e indispensável, não é a única. Outra condição é que todo candidato a bispo – etapa que por puro costume é necessária para se chegar a cardeal – professe a convicção de que "a Igreja carece de poder" para ordenar alguém que carece de órgãos sexuais masculinos, apesar de haver recebido o sacramento do Batismo (can 1024, CIC, 1983). Esta segunda condição tornou-se cada vez mais necessária, pois como o formulou há 50 anos atrás o papa João XXIII, um dos sinais dos nossos tempos é que "a mulher adquiriu uma consciência cada dia mais clara da sua própria dignidade humana". Por isso, "exige" que "se reconheçam para ela os direitos e obrigações próprios de toda pessoa humana" (Pacem in terris, 41). E parece que os sinais dos nossos tempos não param nem mesmo diante das portas da instituição eclesial.
Da mesma forma, desde a publicação da encíclica Humanae Vitae, em 1968, pelo papa Paulo VI, há uma terceira condição para se chegar a ser um cardeal da Igreja: Professar publicamente que a sexualidade e a capacidade reprodutiva da mulher não podem ser controladas por ela mesma, mas devem submeter-se a diretivas vaticanas precisas: a) abstinência sexual total fora do matrimônio heterossexual, monogâmico e vitalício para todas e todos; b) abstinência sexual dentro do matrimônio, como único método legítimo em caso de não se desejar procriar; c) proibição absoluta do aborto, uma vez que o direito à vida de uma mulher, e em particular à vida em plenitude como diz o Evangelho de São João, tem menos valor que o direito à vida biológica tanto de um óvulo fecundado, como de um embrião ou de um feto.
Como se vê, não saímos do terreno do sexo e da sexualidade. Porém, partilhamos com a imensa maioria das e dos fiéis católic@s uma atitude positiva frente à sexualidade, fonte de humanização e de prazer. Professamos que a consideramos um dom maravilhoso de Deus que devemos exercer em relações justas e responsáveis. Professamos que Deus nos deu uma consciência para discernir as decisões a tomar sobre nossa vida, a sexualidade e a procriação. Por isso, dizemos Basta!
Basta que a hierarquia católica queira continuar impondo-nos sua vontade como vontade divina.
Como mulheres católicas, no Dia Internacional da Mulher, exigimos em nossa Igreja acesso igual para todas e todos a todos os sacramentos!
Afirmamos que um Pontífice eleito à base da discriminação sexual carece de legitimidade para dirigir a comunidade da Igreja universal!
Exigimos uma representação equitativa dentro do colégio eleitoral que elegerá o próximo Papa!
Queremos um Papa que reconheça os direitos humanos dentro da Igreja, e em particular, a liberdade de religião, de consciência e de expressão!
Queremos um Papa que dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, renunciando a sua função como Chefe de Estado!
Queremos um Papa que priorize a luta social e a opção pelos pobres!
Declaramos que, como mulheres católicas, estamos cansadas de que o único papel reservado para nós, em relação ao sacramento da Ordem dentro da Igreja Católica, seja o de gestar, parir e criar os recursos de que necessita a hierarquia eclesial para perpetuar-se: seres humanos com órgãos sexuais masculinos.

Saiba mais:

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